Dona das Coisinhas

A nova Toda Coisinha + a nova coleção de jóias

Quando entrei para uma faculdade na área de humanas, achei que estaria para sempre livre das fórmulas matemáticas e contas em milímetros e decimais. Pra falar a verdade, já me enxergava em um emprego em uma grande agência de publicidade, com uma vida que seria no mínimo sedentária. Sentada sempre atrás de um computador e a única correria seria para reuniões ou para entregar um trabalho importante. Era uma visão totalmente ingênua e idealizada de uma vida profissional que não cheguei a ter.

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Fotos maravilhosas do Josef House

Minhas primeiras experiências em agências de publicidade fizeram essa visão, que era também um sonho, irem desmoronando aos pouquinhos. Cheguei nos últimos períodos do curso de publicidade totalmente desiludida com a profissão. Mas foi aí também que encontrei as possibilidades de trabalho junto ao Terceiro Setor, em ONGs e organizações sociais. E nesse momento foi isso que me deu a injeção de ânimo e de esperança que eu precisava para não desistir. 

Após me formar na faculdade, entrei de cabeça nos projetos do terceiro setor. De 2010 a 2014estive envolvida na área e foi ali que aprendi sobre comunicação, aprendi mais ainda sobre grandes empresas e seus interesses, sobre projetos sociais e sobre muitos valores importantes. Aprendizados esses que sempre andarão junto comigo e farão parte de quem sou e de quem quero ser nesse mundo.

Foi também durante o período de trabalho nessa ONG que me aproximei mais da tecnologia. Nisso eu já conhecia o Tiago (meu marido), quem também me deu um belo empurrãozinho para me tornar uma pessoa mais “conectada” digamos assim. Isso abriu caminho para os blogs de faça você mesmo e ali descobri também um mundo novo. Comecei a resgatar e trabalhar vivências e histórias da minha infância e da adolescência e quando passei por momentos difíceis na vida pessoal, colocar a mão na massa foi muitas vezes o que me ajudou.

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Em 2012 nasceu o Das Coisinhas, esse lindo blog que me lançou de vez no mundo virtual. Aqui eu criava (e ainda crio) e também reproduzia conteúdos e projetos de faça você mesmo da internet. Era tanta coisinha pra fazer e compartilhar, que em novembro de 2013 nasceu a Toda Coisinha. A loja, no decorrer desses anos foi se transformando junto comigo. No início eu produzia pouquíssimo. Revendia bastante coisa, mas fui vendo que essa dinâmica não era a que eu gostaria e aos poucos fui introduzindo coisinhas que eu criava. Já trabalhava com acessórios nessa época, mas quando descobri os pequenos mundos em vidrinhos foi amor à primeira vista. No início me inspirei em criações que via no Etsy, mas não demorou muito para construir minha própria identidade dentro desses vidrinhos que até hoje são sucesso na Toda Coisinha.

Esse amor todo por criar pequenos acessórios me fez resgatar de vez meu elo com a criatividade e também muitas histórias do passado que precisavam ser resgatadas. Histórias as quais comecei a transformar em coleções especiais e peças únicas.

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Das minhas peças preferidas: o coração sempre simbolizando o amor sagrado

Por se tratar de algo tão cheio de sentimento, passei a pensar que essas “coisinhas” mereciam e deveriam ganhar um toque ainda mais especial. Ao procurar (consciente e inconscientemente) por formas de mais uma vez transformar o trabalho sem perder a essência, descobri a ourivesaria. Como aprendiz de ourives, mais uma vez vi novas portas se abrindo, tenho feito novas descobertas e encontrado muitas possibilidades. Nisso tenho vivido uma conexão ainda mais profunda com a criação, com os processos completos que se dão nesse afazer manual, ancestral e bonito.

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Brinco Água Salgada fala sobre a vida perto do mar

E foi assim as fórmulas matemáticas e as contas em milímetros voltaram com tudo. Tenho descoberto no dia a dia um trabalho que exige que você use  muito de sua força e de sua delicadeza com precisão. Desses aprendizados que a gente adora colocar em analogia com a vida, sabe? E isso enche o coração de alegria e esperança, esperança de chegar naquele lugar pleno que a gente tanto almeja. A sensação que tenho hoje é de estar nesse caminho.

E a nova coleção?

Toda criação de um trabalho artístico fala sobre a própria experiência e visão do mundo de quem cria. É uma tentativa constante de traduzir no  trabalho aquilo que toca o coração de forma profunda e consequentemente tocar o coração do outro.

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Noite Estrelada no Sertão – Representa bem a Nova Identidade da Toda Coisinha

Todas essas mudanças nesses últimos anos foram intensas. Resgates de histórias antigas para escrever novas histórias, rompimentos, aprendizados.  

A nova coleção, que só ganhou nome na minha cabeça (ela é Mutante) tenta traduzir um pouquinho disso que tocou meu coração nos últimos anos. A paixão pelos cogumelos, o encantamento pela natureza e pelas coisas simples, o sentimento de pertencer a um lugar, as mudanças da vida, a maternidade, os sonhos, o mundo da lua e o amor puro. 

Mutante é um caminho de fora para dentro e também de fora para dentro.

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A nova Identidade Visual é obra da La Vanille Studio e eu estou simplesmente apaixonada por cada detalhe.

Ela vem recheada de significados, marcada por uma nova fase e carregando elementos que fazem parte do imaginário da Toda Coisinha.

As cores são mais maduras e ainda assim, delicadas. Assim como essa nova fase. Os elementos e os traços foram escolhidos a dedo para ilustrar um pouquinho do que acontece aqui e lembrar os traços da xilogravura nordestina.

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Nas compras acima de R$350,00, você ainda leva uma ecobag linda criada especialmente para o lançamento da nova identidade <3 Essa promoção vai só até o fim do mês de julho de 2017! 

Vem conferir tudinho!

Nosso melhor presente de Natal (alguns meses depois)

Para dizer se um presente é bom mesmo, nada melhor que o tempo e os efeitos dele na nossa vida. Às vezes ganhamos coisas que à primeira vista são a solução para muitos problemas e que com o passar do tempo percebemos que não é bem assim, acabam ficando sem uso e obsoletas rapidinho ou simplesmente não nos preenchem. Às vezes não ganhamos essas “coisas”. Elas nos encontram e mesmo que à primeira vista a aparência não seja de um presente tão grande assim, com o tempo acabam se revelando e mostrando a que vieram. Percebem que “coisa” aqui tem um significado bem amplo, né?

Esse post é pra falar da nossa gatinha, a Cleo (também com conhecida como Cleopátra), que chegou aqui num dia em que tudo estava dando errado.

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Eu e minhas companheiras – felina e humana

Eu vinha de uma fase improdutiva, sem criatividade e trabalhando no automático, coisa que eu não gosto nem um pouco, mas que às vezes acontece e a gente tem que aceitar (fazendo esforço para mudar também). Mais especificamente no dia 26 de novembro, eu e o Tiago seríamos padrinhos do casamento do melhor amigo dele. Tinha planejado uma roupa linda e econômica: comprei uma blusa de paetês de segunda mão, pedi pra minha ex vizinha lá de Nova Lima fazer uma saia de tule rosa e estava fazendo os acessórios que eu usaria. Alguns dias antes a saia chegou e havia ficado enorme, pois o forro que comprei pra ela não era o correto e ficou super armado. Ainda tentei consertar, mas ficou ó! uma merda. E a blusa com a saia larga estava totalmente nada a ver. Pra finalizar, enquanto terminava de fazer os brincos de prata ainda queimei feio meu dedo e não pude continuar trabalhando neles. No dia 26 a gente saiu cedo em busca de um vestido que servisse para a ocasião, pois precisava ser longo e cor de rosa. Encontramos o vestido e quando chegamos em casa encontramos também uma gatinha assustada se escondendo debaixo da cama da Mari.

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Foto do primeiro dia que ela saiu da toca <3 Magrinha, orelhuda e com pelo curtinho

Obviamente ela não foi parar ali por acaso. Mari havia descido até a rua para acompanhar a amiga que tinha dormido aqui e na porta prédio viu a Cleo no meio de alguns arbustos. Ao chamar, ela veio e ficou roçando na perna da Mari pedindo carinho e a Mari não pensou duas vezes: pegou a gata no colo e trouxe pra casa. Porém chegando aqui ela se assustou e ficou escondida.

Quando eu e o Tiago chegamos, Mari disse que tinha uma visita e eu já comecei a ficar preocupada com visitas não planejadas hahaha e me levou até o quarto dela onde vi a Cleo com os olhinhos arregalados debaixo da cama e com o narizinho cheio de meleca pela primeira vez. Naquele ímpeto de mãe, chamei a atenção da Mari, pois ela não deveria ter trazido a gatinha para casa sem antes nos perguntar. Ao mesmo tempo, meu coração se encheu de alegria, mas ainda precisava saber o que o Tiago achava. A gente planejava adotar um animalzinho, mas estávamos esperando um tempo até que as coisas se acertassem, nossa rotina estivesse mais tranquila e com menos idas a Minas. Havíamos pensado em ir a uma feira de adoção onde soubéssemos a procedência dos animais, já pegar um animal castrado e sem doenças. Pensamos errado.

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No 10º dia – Já demonstrando boa disposição para o trabalho como assistente na Toda Coisinha

Tiago resistiu pois não achou certa a atitude da Mari. Eu também não achei, mas entendi totalmente a situação dela e a da Cleo principalmente, pois era nítido que ela estava magra e precisava de cuidados. Em hipótese alguma eu colocaria a gatinha na rua novamente e como já queríamos um animalzinho, a decisão foi de que a Cleo ficaria.

O primeiro passo foi logo comprar a ração, a caixinha de areia e preparar tudo para no novo lar da felina. Mas acho que nesse primeiro momento ela não aceitou bem isso e se escondeu da gente o tempo todo. Isso foi num sábado e no domingo notamos que ela não havia comido e que estava respirando pela boca, com o nariz todo entupido. Levamos ao veterinário que passou os medicamentos e recomendou internação caso ela não comesse dentro de 48 horas. E ela não comeu. Se escondia, ficou arisca e além de tudo ainda tínhamos que dar remédios na boca dela. Era uma luta que rendeu muitas mordidas, arranhões e até antitetânica e antibióticos para mim, pois não sabíamos de onde ela vinha. Daí veio a internação e uma facada com os custos e medicamentos.

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Em fevereiro – achando que é cogumelo

Quando ela voltou para casa ainda estava muito arisca e não queria saber da gente. Deixamos que ela se sentisse à vontade e demos espaço. Depois de 10 dias ela esboçou as primeiras interações sentando ao nosso lado, cheirando e lambendo. E depois disso foi só amor <3 Aquela gata arisca e nervosa se mostrou na verdade a gata mais carinhosa desse mundo, uma amassadora de pãozinho sem igual e dona de um ronron super potente. Desde então espera ansiosamente a gente acordar para rolar no chão e pedir carinho na barriga (e sachêzinho também), me acompanha em todos os momentos e quando não está atrás de mim pela casa, está dormindo em algum cantinho dos seus preferidos (minha cama, entre as almofadas do sofá, na área de serviço, na mochila do Tiago ou na minha mesa de trabalho).

Atual bola de pelos <3

Atual bola de pelos <3

 

Trabalhando

Trabalhando

Um cochilo descontraído no meio da tarde

Um cochilo descontraído no meio da tarde

Ter a Cleo aqui trouxe mais vida para a casa, mais amor para a nossa rotina e uma alegria que me motivou a fazer tantas mudanças que eu desejava, mas nunca tomava a iniciativa. Cleo trouxe ainda mais amor verdadeiro pra gente e esse sim foi o maior presente que poderíamos receber da vida, do universo.

Brincando no ateliê

Brincando no ateliê

Mesmo com sua saúde ainda inspirando cuidados – ela chegou aqui anêmica, desnutrida e ainda tem infecções respiratórias recorrentes, mas é FIV e FELV negativo –  ela está cada dia mais forte e saudável, com um pelo lindo e felpudo que dá vontade apertar o tempo todo. E posso dizer que não me sinto mais sozinha como me sentia antes nos momentos de trabalho, ela é a melhor assistente felina do mundo <3

Amor cura tudo

Amor cura tudo

Os aprendizados com ela por aqui são constantes. Recentemente ela teve hiperplasia mamária depois do primeiro cio, daí foi mais uma facada com os exames e procedimentos. Há 12 dias ela foi castrada e o problema resolvido de vez. Ela já está ótima e saltitante, ainda de roupinha cirúrgica. Isso nos faz lembrar da responsabilidade que é cuidar de uma vida, seja ela qual for. Animais assim como seres humanos merecem carinho, respeito e comprometimento. Por isso é sempre bom pensar bastante antes de adotar um bichinho, pois custos imprevistos e outros probleminhas podem surgir com facilidade. Precisamos ter consciência de que nem tudo é só carinho, miau, ronron e um mar de rosas. A responsabilidade chama sempre!

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Quem tem gatos sabe o quanto eles são presentes em nossas vidas e como tudo o que acontece, sempre vem trazer um aprendizado, algo especial para nos fazer evoluir como seres humanos. E não poderia deixar de observar que apesar da resistência inicial, o Tiago é mega babão e a Mari nem se fala, é um amor só! Eu acho que nem preciso comentar mais nada a meu respeito, né?

Meu Pequeno Ateliê – 6 m², muito amor e muitas funções

‘Ateliê é um termo francês para estúdio, é o lugar de trabalho de pessoas com vontade de criar e onde se pode experimentar, manipular e produzir um ou mais tipos de arte. Também é conhecida a conotação de atelier como a casa de um alquimista ou feiticeiro.’

Adoro essa definição de ateliê que encontrei no dicionário informal. Pra mim ela define bem o que faço no meu cantinho recém reformado.

Quem já acompanha o blog e costuma ler os posts, sabe das mudanças todas que aconteceram nos últimos anos: cidade nova, casa nova, vida nova. Quando escolhemos este apartamento onde moramos, um fator que pesou muito foi que ele tinha 2 quartos + um quarto reversível (que eles dizem ser quarto de empregada). Logo imaginei esse quartinho como um espaço de trabalho, pequeno, porém afetuoso, recheado de coisinhas e a ideia era colocar os planos em prática o mais rápido possível.

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Vem chegando <3  A cor da porta é Menina Moça, da Coral. 

Mas sabe aquela história ‘expectativa x vida real’? Pois então. O quartinho de coisinhas, com piso estourado, acabou virando um quartinho da bagunça e meu home office foi parar na sala (que foi mais um dos pontos definitivos pelo qual escolhemos o apê – ela é bem ampla). Consegui me virar assim por pouco mais de 2 anos, mas chegou um momento em que não deu mais. Meu trabalho travou e enquanto trabalhava, a preocupação com as coisas da casa não me deixava em paz. Além disso, dividir uma sala com um home office é bem complicado tendo uma adolescente em casa  e que adora chegar do colégio, assistir séries na TV e ouvir música. Home office na sala pode ser uma solução temporária maravilhosa, mas a longo prazo não é sustentável.

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O ateliê na sala na sua segunda versão – um pouco mais organizado do que no início.

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A última versão do ateliê na sala – com a Cleozinha e a mesa em um lugar mais claro <3

No meio do ano passado conseguimos trocar o piso do quartinho e pintar. De lá pra cá vim comprando móveis aos pouquinhos, cada mês um. E quando eu achava que ia conseguir finalmente arrumar o ateliê e tirar o home office da sala, surgia um imprevisto. O último foi minha irmã que passou 3 meses aqui por causa de um trabalho e o ateliê acabou virando o quarto dela.

Depois que ela foi embora, no fim de setembro, começou a correria já de produção de fim de ano junto de um enorme desânimo pessoal. Foi um momento complicado, mas quando chegou dezembro decidi que não podia mais deixar as coisas como estavam. Coloquei a mão na massa e decidi que não ia mais demorar nem enrolar para ter meu cantinho de trabalho tão sonhado e tão planejado.

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A mesa dobrável onde estão os quadros (na foto anterior) é na verdade onde faço as embalagens das compras da Toda Coisinha. Ela fecha e dá mais espaço no ateliê, ainda pretendo colocar uma prateleira pequena em cima dela para colocar minha coleção de cogumelos e algumas outras coisinhas.

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Estante e armário suspenso comprados no Mercado Livre e escrivaninha do OLX – ela eu reformei e pintei. A cadeira Eames transparente já me acompanha desde Minas.

A estante ainda bagunçadinha é a realidade, nela guardo tecidos, material de costura e uma parte do estoque da Toda Coisinha. Obviamente a expectativa é conseguir deixar ela tinindo, por isso a porta de vidro. No armário suspenso (que eu mesma, com muito orgulho, montei e só precisei de ajuda pra colocar ele lá no alto) guardo o estoque de coisas maiores, como quadros, almofadas e alguns materiais de trabalho.

Obviamente, o ateliê não saiu como havia planejado lá no início, mas eu acredito que realmente tudo tem seu tempo e o universo conspira para tudo acontecer como deve ser. O tempo do universo não é igual o nosso tempo, cheio de ansiedade e de vontades. Tanto que no meio desse caminho entrei em um curso de ourivesaria e a forma como havia planejado o ateliê antes não comportava um espaço para esse novo fazer. O tempo nesse caso serviu também como um período de adaptação, de conhecimento e de reconhecimento, mesmo que eu não tivesse plena consciência disso.

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Do outro lado do quarto, a banca de ourivesaria e aquele arquivo que aparece cinza lá na primeira foto do post.

Para deixar o arquivo lindo assim: lixei com lixa própria para metal, passei primer para metal e depois mais 3 camadas de esmalte sintético branco fosco para metal usando um rolinho de espuma.

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A plantinha se chama dinheiro em penca. Vai que atrai, né?

Minhas dicas são: Use máscara (para não respirar pó de metal), óculos de proteção (metal no olho coça pra caramba) e uma luva. Forre bem a área e faça isso num ambiente bem ventilado. Eu não pintei as gavetas por dentro e lixei basicamente para tirar alguns pontos de ferrugem e deixar o móvel áspero para a tinta aderir melhor.

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E atrás da porta rosa ainda tem uma estante pequena onde guardo as caixas que uso para embalar as coisinhas mais cheias de amor desse planeta.

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A escrivaninha azul é onde produzo os acessórios e guardo as peças, alicates, flores e tudo mais.

A escrivaninha azul foi pintada no mesmo esquema. Lixei para tirar o verniz antigo, depois mais uma camada de primer (comprei um que serve para metal e madeira e com ele consegui pintar a porta, a escrivaninha e o arquivo) e depois mais 3 camadas de esmalte sintético na cor Cerca Viva, da Coral. Sim, não era para ser azul assim, queria um tom intermediário entre verde e azul. Foi um pequeno acidente creio eu que por falta de ajuste na máquina de preparo da tinta da Amoedo. Mas eu gostei do resultado. Os puxadores comprei na Caçula por R$4,90 cada <3

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As flores secas eu delicadamente roubei (mentira, eu pedi) da casa da Eva Mota, lá em Vitória da Conquista

Tudo isso coube nesses 6m² de puro amor <3

As fotos são da Anna Chedid, da Annita Loja

Tem coleção nova ‘No Meu Quintal’

Sempre que lanço uma coleção nova na Toda Coisinha o assunto é praticamente repetitivo: mudança. Hoje eu sinto que é diferente. Sempre que conto alguma novidade ou falo sobre algum plano, falo sobre essas mudanças. E isso é fato: minha vida mudou completamente nesses últimos anos, minha rotina, minhas relações, meu trabalho. Não havia como não ficar sacudida com isso.

Foi um chacoalho tão forte que horas parecia que estava tudo fora do lugar, mas que aos poucos eu consegui organizar tirando aquilo que já não cabia mais e valorizando ainda mais o que é importante. E assim sigo nesse processo que afeta não só minha vida pessoal, mas a vida profissional também.

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Hoje chegou na Toda Coisinha um coleção mais que especial, recheada de afeto, fruto de vivências, pesquisas intensas e muitas horas, dias e meses de trabalho.

‘No Meu Quintal’ fala não só sobre coisas bonitas que temos aqui no nosso país, mas também sobre aquelas belezas que temos por dentro e que sempre descobrimos que na verdade são as nossas raízes, aquilo que sempre esteve aqui e que não muda.

Dar ao trabalho com modelagem, miniaturas e redomas um ar simples e diferente do que já foi feito se tornou o grande desafio do processo criativo dessas peças.

Usando materiais como porcelana fria, aquarela, tinta acrílica, flores trazidas da Bahia e de Minas Gerais, plantinhas colhidas pelos caminhos desse Brasil foi possível traduzir um pouco daquilo que encanta: a exuberância da natureza e dos animais, a beleza dos biomas, a simplicidade do povo e a força e delicadeza que brota mesmo nos ambientes mais áridos.

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Bandeirola Cacto

brinco longo palma

Brincos Palma

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Quadro Iluminado Raposinha do Cerrado

“Nascida nas minas gerais
Sempre me soube garimpeira
Mas busco,
A leves penas,
O ouro abstrato:
A poesia
Que vive nesta gente
Que sobe e desce montanhas
Que num “é logo ali”
Dá voltas e voltas
Até chegar
De onde nunca saiu:
O coração”

Esses versos da minha conterrânea Adriana Barbosa despertaram em mim um sentimento bom e que está diretamente ligado às peças que criei para a nova coleção. Dá pra sentir?

mini redoma uni cerrado3Além da raposinha do cerrado e do lobo guará, temos também um unicórnio campeiro que passeia pelas Minas Gerais e pelo Centro Oeste do Brasil <3

colar no meu sertnao2

E deixa eu te contar só um segredinho? As minhas peças preferidas são as que lembram a simplicidade, a beleza e a força da vida no sertão mineiro e nordestino <3 Para uma filha de nordestino com uma mineira, acho que não poderia ser diferente, não é?