crochê

Ativismo e Crochê ❤️ com Dolorez

por em amor, Inspira Ação

A união da técnica milenar do crochê e ideias materializadas em forma de arte foi o que mais me encantou quando conheci o trabalho da Karen, que assina suas obras como Dolorez. A artista visual, natural de Bauru e residente em São Paulo Capital, usa as linhas e as tramas como forma de levantar questionamentos relacionados a ocupação de espaços públicos, à sociedade, à arte de guerrilha, ao feminismo e ao amor.

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Foto: Lucas Hirai

Através de suas obras e pesquisas sobre o resgate da mulher tecelã na história e na mitologia, Dolorez cria uma relação interna onde o papel da mulher na arte contemporânea dialoga com a mulher da história, ambas utilizando o ato de tecer como forma de expressão e militância.

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Parte da baguncinha que fizemos aqui no RJ

Tive a oportunidade de conhecer a Karen pessoalmente durante sua passagem aqui no Rio de Janeiro. Foi uma manhã muito divertida com outras minas, onde juntas criamos um painel em crochê que foi colocado em uma grade no Parque do Patins, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Conversamos muito sobre ativismo, feminismo, o papel da mulher na história e na sociedade de hoje. Depois disso, fiz essa entrevista com a Karen para ela contar pra gente um pouquinho mais sobre ela e sobre esse trabalho que enche os olhos e o coração <3

Zizi: Por quê o crochê? E como surgiu o trabalho da Dolorez?

Dolorez: Sou formada em design editorial e trabalhei na área por aproximadamente nove anos. Moro em SP há seis anos. Depois de cerca de dois anos trabalhando como designer, entrei em algumas crises profissionais e passei a questionar muito meu modo de vida, de trabalho, onde e como gostaria de estar, de fato, trabalhando. Foi quando voltei a fazer crochê, pois já havia aprendido com minha mãe na infância. Aos poucos fui encontrando um caminho e no crochê uma forma de me expressar também.

Visceral2-largo da batata-spO meu primeiro trabalho já foi na rua. Comecei com pequenas intervenções e fui evoluindo o trabalho com algumas parcerias. Quando fiz o projeto de graffiti com os grafiteiros Felipe Primat e Julio Falaman, passei bastante tempo na rua, fazendo a instalação do trabalho e interagindo com as pessoas. A partir daí, meu gosto pelas instalações na cidade cresceram e comecei a espalhar frases, desenhos, coisas que me inspiravam de alguma maneira e que queria colocar para fora. A partir dai criei o projeto “A rua é minha tela”, que consiste nos desenhos e frases em murais e painéis pelas cidades. Hoje em dia, a maioria dos meus trabalhos são relacionados a ocupação de espaços públicos, arte de guerrilha e empoderamento feminino.

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Foto: Renata Ottoni

A rua é um contato direto e muito sensível que temos com as pessoas durante o processo. A experiência de poder conversar com todo tipo de pessoa que passa por ali é muito agregadora. Quando comecei a colocar os crochês nas ruas, eu não sabia exatamente pra onde estava indo. Foi um processo muito intuitivo que foi surgindo e amadurecendo. Eu acho que usar o crochê de forma “agressiva” com o street art é uma forma de questionar os padrões da sociedade também. Quebrar conceitos e rótulos, como o crochê é só de vovó e só serve pra fazer roupas ou tapetes.

Além do projeto “A rua é minha tela” também desenvolvi, em parceria com o fotógrafo Lucas Hirai (e também meu companheiro), o projeto “#asfloresdapele”: A intervenção une fotografia e crochê e traz para as ruas um ensaio com mulheres incríveis. No formato de “lambe-lambe” com a aplicação de flores de crochê, essas imagens foram espalhadas por São Paulo.  O nome do projeto é uma referência a expressão “à flor da pele”, que nesse caso, representa um sentimento latente, presente nas mulheres. Todas tem algo a manifestar. Nele, o próprio corpo foi utilizado como expressão, quando na maioria das vezes, é visto de forma sempre erotizada e não natural. As fotos colocadas na cidade de forma direta, dão luz para que esses sentimentos brotem e se expressem de forma orgânica.

sereia-arco do telees RJZizi:  Quais as suas principais fontes de inspiração? 

Dolorez: O feminino e feminismo sempre fizeram parte de mim e é muito importante poder colocar eles pra fora. Gosto de poder expressar minhas angústias com esses temas e de alguma maneira perceber que o trabalho toca outras pessoas também e até conscientiza.

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As Flores da Pele – Foto: Nick Gomes

Qualquer coisa pode inspirar.. músicas, poesias, livros, textos que leio na internet, conversas com pessoas, olhares, histórias. Ultimamente, coisas que me revoltam também tem servido de inspiração. Nesses caso, eu tento não expressar com raiva ou de maneira negativa, e sim, de maneira positiva, justamente, negando o que fazemos muitas vezes por impulso. Infelizmente, nós vivemos numa sociedade onde é cultural agir de forma agressiva e violenta, insultar pra nos defender. Então eu tento fazer de modo oposto, mostrar o que acho importante de maneira positiva, para que as pessoas vejam que há outras maneiras de nos defender, deixando o ego e a raiva de lado, fazendo surgir uma coisa maior do que essas que revoltam.

Também é uma maneira de “liberar” o que sinto. Eu trabalho isso dentro da minha casa e quando coloco na rua é como se eu liberasse, colocasse pra fora aqueles sentimentos e os deixassem ir.

A luta contra o machismo é um tema sempre presente nos meus trabalhos. Todos os dias lidamos com assédio e somos ignoradas, caladas. A minha intenção com os trabalhos de cunho ativista é não só me expressar mas também conscientizar, unir pessoas com as mesmas opiniões, encorajar mulheres a gritarem e falarem de seus abusos também e se ajudarem.

Processed with VSCO with kk1 presetZizi: Através dos seu trabalho, qual a mensagem que você deseja transmitir à pessoas? Quem é o seu público?

Dolorez: Além do que já citei aqui, acho que o meu trabalho reflete diretamente tudo o que sinto e que percebi que muitas pessoas se identificam também. Acho que essa identificação e reflexão do público ao se depararem com alguma obra minha é extremamente importante para o desenvolvimento pessoal e coletivo das pessoas, especialmente enquanto cidade.

Não sei dizer a certo qual é meu público, mas acredito que seja desde jovens que fazem arte de rua, grafiteiros/as até senhorinhas que adoram a técnica do crochê. rs

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Oficina de Street Crochet no RJ

Zizi: Você acredita no poder de transformação da arte? O que isso significa para você?

Dolorez: Completamente. Uma vez eu assisti um documentário chamado “Crazy wisdom” do Chigyam Trungpa Rinpoche. Nele, ele fala que a cultura de um povo só pode ser mudada através da arte. Nunca me esqueci e acredito completamente nisso. Acho que a arte é uma maneira direta (e muitas vezes também indireta) de atingir as pessoas, conscientizar, acolher e transformar.

Zizi: Onde você se enxerga daqui a 10 anos?

Dolorez: Poxa, eu não costumo trabalhar com sonhos e expectativas a tão longo prazo. Mas acho que posso dizer que gostaria de estar viajando o mundo com o meu trabalho. Não precisa ser só em 10 anos, universo, pode ser em 1! hahaha Com meu novo projeto DoloreZ na Mochila, a intenção é, com uma mochila nas costas,  espalhar um pouquinho do meu trabalho pelo Brasil. Começando pelo Rio de janeiro!

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Essa foi a primeira obra da Karen que vi, antes mesmo de conhecê-la <3 – Foto: Lucas Hirai

mural na lagora rodrigo de freitas crochêFiz alguns trabalhos por aí e entre eles uma parceria linda com um amigo querido: Guilherme Memi. Ele é grafiteiro e tem um trabalho super sensível que eu admiro demais e logo que marquei minha viagem para o Rio já o convidei para essa colab.

com-memi-santa teresa-rjAs próximas cidades em vista é Brasília e Belo Horizonte, também estou aceitando convites!! :)

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Olha, BH e Brasília, fiquem de olho pois com certeza sai coisa linda dessa oficina! Se rolar, é sem dúvida um momento incrível de troca e fortalecimento do diálogo.

Para acompanhar a Dolorez:

Site

Instagram

Facebook - a página foi tirada doa ar :( Triste, pois foi denunciado por conteúdo explícito provavelmente por causa das fotos do projeto As Flores da Pele, onde seios de mulheres aparecem em lambe lambes com intervenções de crochê. O projeto é justamente para falar sobre a não objetificação do corpo da mulher, para vermos a nudez como algo natural e bonito, nada a ver com pornografia conforme alegam as denúncias.

O que eu quero para meu ano novo ser mais feliz

por em Dona das Coisinhas
O aniversário está chegando e como gosto muito de uma listinha, resolvi fazer a minha de presentes. São coisas que quero a curto, médio e longo prazo, e não incluem somente bens materiais. Essa lista inclui conhecimento, dedicação e realização de coisas pelas quais quais venho trabalhando há tempos e quero que aconteçam nesse próximo ano.
Querem ver?
  1. Pingente …com lola + Lis Haddad. Foi amor à primeira vista! Sou apaixonada por essa marca, e pelo trabalho da Tânia e da Emika <3 Fiquei encantada com o trabalho da Lis e o pingente é de prata, o que é melhor ainda, já que sou alérgica a um monte de bijuterias.
  2. O Converse de cano alto amarelo está na minha lista há um bom tempo. Aliás, o amarelo é uma cor que tem me conquistado nos últimos tempos e ganhado bastante espaço no meu guarda roupas e em alguns objetos da casa. P.s.: uso tênis, botas ou sapatilhas praticamente todos os dias da minha vida. Detesto saltos e tenho uma certa resistência a sandálias.
  3. Bolsa fofa para câmera, da Kipling. Vi no blog da Mel, mas em pesquisas frustrantes pela internet achei o preço bem salgado, portanto acredito que não terei uma tão cedo, mas vai que alguém quer me dar :P 
  4. Uma cadeira nova para o home office. Vi esse modelo no site da Tok & Stok e gostei bastante. Pensei que dá para colocar uma almofadinha colorida e tudo fica mais confortável. Gosto muito também desse modelo transparente, da Modernidade Móveis. Quem sabe, né? Depois de adquirir uma máquina de costura nova, sinto falta de uma cadeira bem boa.
  5. Aprender a fazer crochê. Sonho antigo que estou determinada a realizar e realizar bem. Um dia ainda serei fera que nem a Emma Lamb, dona da foto.
  6. Mais dedicação ao blog. Eu amo isso aqui, não sei mais viver sem e quero que cada vez mais o blog seja parte da minha vida e do meu trabalho.
  7. Me mudar para o Rio até o próximo aniversário. Não vejo a hora de cuidar da minha casa (minha, do Tiago e da Mari).
  8. Abrir a tão sonhada lojinha virtual e ser feliz.
Tá bom ou posso pedir mais?

*Ó, não tem nenhum jabá aqui, viu? São coisas que quero ou que gostei de verdade!

Coisinhas aleatórias

por em Dona das Coisinhas
Já faz um tempo que esse post estava na cabeça mas, nada dele sair! Apesar de ser aleatório, são coisinhas que queria mostrar aqui mas que não têm passo a passo ou receita. São coisas que ganhei, que fiz ou que gostei muito.
Algumas das fotos foram postadas também no Instagram do Dona das Coisinhas (se ainda não segue, dá uma seguida lá rs), outras guardei especialmente para o post :)
Esse carimbo em forma de câmera fiz em uma borracha daquelas grandonas. É menos difícil do que parece e o resultado… bem, vocês estão vendo.

Os bichinhos de feltro são chaveiros que foram feitos para uma aniversariante muito fofa! Ficou tudo tão cuti cuti!

A nuvenzinha em feltro foi um desejo antigo concretizado. Sempre vejo essas nuvenzinhas em vários blogs que gosto e há um tempão já tinha vontade de fazer a minha. Não sei o por que de tanta demora para fazer, pois é bem simples e qualquer um tira de letra! Como podem ver, a chuva aqui é de amor.

  1. Canecas feitas especialmente para as Lolinhas 
  2. Paninhos bordados, retalhos e crochês que ganhei da Maria
  3. Meu telefone, minha cara.

Esse ano estou com muita sorte nos sorteios, também né, participo de todos que vejo pela frente. O último que ganhei foi o da Oh, Céus! Ganhei essa sacola Polaroid, a câmera era do meu avô.

:)