Inspira Ação

Perdendo o medo de desenhar – Oficina de Ilustração Amanda Mol

Sempre fui daquelas pessoas que não sabia desenhar nada além de bonequinhos de palito e coisas tortas, com um traço seco e sem graça. Sempre disse às pessoas que não sabia desenhar, sequer colorir e exatamente por acreditar nisso, nunca havia tentado desenhar com afinco. Só que de um mês para cá eu digo o contrário: eu sei desenhar, do meu jeito e só sei porque tentei. Antes me contentava em admirar o desenho de outras pessoas e sonhar que em uma próxima encarnação eu nascesse com o dom natural de desenhar e posso provar isso que tô dizendo, pois não me esqueço de ter mencionado essa ideia errada nesse post de três anos atrás.

Não foi um sopetão mágico que me fez acreditar nisso. Foram as palavras doces, o talento e a generosidade da Amanda Mol, pessoa querida que admiro desde a primeira vista e que tem mãos de fada quando o assunto é desenho. Quem é leitor do blog com certeza já conhece o trabalho da Amanda, pois somos parceiras e não me canso de falar dela e de suas criações. Ela fez o layout do blog, da minha loja, meu convite de casamento e mais um monte de coisas por aqui.

A mais recente empreitada da Amanda é sua Oficina de Ilustração, completamente online e para quem quiser! Não tem nenhuma restrição e é um curso livre, onde a Amanda te guia a encontrar seu jeitinho nesse mundo incrível dos desenhos. Desde a campanha de lançamento eu já estava que não me aguentava de curiosidade e vontade de saber como seria o curso e quando o curso foi lançado também não poderia deixar de estar entre os alunos, pois toda a proposta da Amanda é muito bem alinhada e ela me convenceu de que eu poderia sim perder o medo de desenhar <3

referencias zizi

Minhas referências para começar e trabalhos inspiradores que amo: Amanda Mol, Lara Dias, Ju Amora, …com Lola, arte popular mexicana, fotografia e claro, cogumelos!

Venho fazendo o curso no meu ritmo e confesso que ele não é muito acelerado, mas os resultados já posso ver e estou super animada. É bom demais descobrir prazer e alegria em algo que você não se imaginava capaz de fazer. O que percebo agora é que esse é um caminho sem volta e que promete ficar cada vez mais bonito! Quanto mais você caminha, mas você quer conhecer o caminho e explorar novos rumos.

Sobre o conteúdo

A princípio pensei que o conteúdo fosse muito básico ou mamão com açúcar, pois as primeiras aulas realmente nos induzem a começar devagar, a brincar e explorar. Mas não, o conteúdo é pontual, na medida certa do que uma pessoa que quer se aventurar no mundo dos desenhos precisa, além da vontade de aprender e a coragem de experimentar. E a Amanda mostra isso pra gente de uma maneira tão incrível que é impossível escrever esse post sendo objetiva (não dá pra ser assim quando o coração explode de amor e de gratidão).

mesa

os primeiros desenhos já me surpreenderam

O material para iniciar o curso eu já tinha por aqui. Recorri ao estojo da Mari (minha filha que também é toda cheia de talento) que estava cheio de lápis aquareláveis e nem ela sabia. Já tinha aqui uma aquarela líquida que comprei há mais de um ano atrás (eu fui só ensaiando essa vontade) e alguns pincéis que não são os certos, mas que quebraram o galho perfeitamente para esse início. Ah! E eu sempre tenho muito papel! hahaha

E aí foi tirar um tempinho para fazer a oficina. Eu sugiro cuidado nessa hora, principalmente para quem tem uma agenda apertada. A gente perde totalmente a noção do tempo! E eu estou amando me aventurar assim, livremente e sem compromisso.

sagrado traço sagrado ilustra cogumelos A próxima etapa da Oficina de Ilustração me desafia muito. É fazer desenho de observação. Já estou treinando e prometo continuar compartilhando os resultados por aqui e no Instagram.

ofina amanda mol

Meus desenhos preferidos <3

Olha, se você sentiu vontade de se aventurar também, não deixe pra depois! Aproveite que no mês de janeiro a Oficina de Ilustração está com super desconto e se jogue nessa também! Vale cada centavo e a sensação ainda é de estar ganhando um presente, pois não é comum ver pessoas tão talentosas como a Amanda compartilhando o que sabem sem segredos. Clica aqui e conta pra Amanda que se empolgou depois de ler esse post!

Ficarei feliz em saber que compartilhar minhas experiências te ajudou a também perder o medo.

desenhar

Ano novo, 4 anos de blog e 15 anos da filhota

Já faz quase um mês que passei aqui pela última vez e mesmo antes disso, já andava sumida. Não vou dizer que foi falta de tempo, pois o fim do ano passado me proporcionou um tempinho livre depois de muita ralação. Mas o fato é que realmente não tenho sentido muita empolgação em escrever e postar da mesma forma que fazia antes e quando faço algo para a casa ou para usar, devo confessar que me bate um preguiça danada de fotografar e fazer passo a passo. Tanto que no ano passado, os nossos queridos Faça Você Mesmo quase sumiram do blog! E foi aí que eu percebi que a ânsia de fazer para mostrar e ter que fotografar enquanto pinta, lixa, dobra, costura e etc., acabou tirando boa parte da graça dos projetos e sem querer, acabei abandonando um hábito que me faz tão bem!

No ano passado me dediquei de corpo inteiro ao projeto da Toda Coisinha, criei como nunca e trabalhei muito também. De certa forma, criar as coleções de acessórios e de decoração da loja acabaram suprindo essa necessidade que sinto de estar sempre com a mão na massa e mesmo compartilhando o processo, ainda sentia que as coisas não estavam completas.

A pausa no fim do ano foi essencial para pensar sobre o assunto e principalmente, resolver essa questão. Enquanto estive em Minas botei a mão na massa sem compromisso. Fiz faxina no antigo quarto, construí um poste com o meu sobrinho, dei vida a uma nova mala mágica para a Toda Coisinha e ainda produzi uma festinha de 15 anos para a filhota usando materiais simples e reaproveitados. A comemoração, com o tema “Sereia”, foi só para a família e também para que a data não passasse em branco, mas foi tão simples e bonita que o post especial já está programado. Esperei tanto por essa data, pois para quem não sabe, me tornei mãe aos 15 anos e hoje aos 30, tenho uma filha linda com 15.

2016 começou com esse gostinho de mão na massa e chegando aqui no Rio nessa última semana, percebi que aquele tal do bicho carpinteiro ainda anda bem vivo dentro de mim. A semana foi de arrumação na casa e ainda não fiz nem metade das coisas que queria. Já foram pelo menos uns 40 furos na parede, prateleiras instaladas, quartinho da bagunça organizado e o próximo passo agora é organizar o material de trabalho pro ano fluir lindo. Já estou cheia de ideias para novas coleções da Toda Coisinha e não vejo a hora de colocar tudo em prática <3

Enquanto escrevia esse texto me dei conta de que melhor presente de 4 anos de blog não poderia haver. Sim, ontem (dia 09/01) o blog completou 4 anos. Ano passado ele ganhou cara nova e nome novo e nesse ano, redescobrir o prazer de fazer algo que gosto tanto e que andava apagadinho em mim, não poderia ter sido mais maravilhoso.

Feliz 2016 pra gente <3 com muita mão na massa!

Juliana Rabelo: muito talento e muita delicadeza

Nos últimos tempos, o Instagram é o lugar onde mais encontro inspirações e coisas legais para ver e admirar e foi por lá mesmo que encontrei e conheci o trabalho da Juliana Rabelo. Sempre é difícil lembrar como chegamos até algo, mas é fácil, fácil lembrar por que nos encantamos.
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Talento firme, bem explorado, delicado e muito bem empregado. É assim que vejo o trabalho da Juliana Rabelo e é isso o que mais me encantou. Encantou tanto que quis conhecer um pouquinho mais e mostrar para vocês coisas lindas que todo mundo merece ver.
Zizi: Conta pra gente quem é você, de onde veio e o que faz :)
IMG_20150704_121415Juliana: Eu sou a Juliana, sou bacharel em Design de Moda pela Universidade Federal do Ceará, mas trabalho mesmo como ilustradora e professora freelancer. Gosto de desenhar meninas, animais e coisinhas fofas com aquarela, e gosto muito de ensinar outras pessoas a fazerem isso também. :) Mantenho um blog com postagens sobre dicas, inspirações e mais sobre ilustração e aquarela, e atualmente também tenho experimentado oferecer aulas online.
 
Zizi: Como descobriu o talento com a ilustração e como decidiu transformá-lo em profissão?
Juliana: Eu desenho desde criança, e como sempre tive muito incentivo das pessoas próximas a mim, nunca parei. Com a faculdade, descobri que eu poderia monetizar meus desenhos e que isso poderia, sim, ser uma profissão! Passei a investir em cursos na área, e a me dedicar mais aos estudos de desenho. Aos poucos, as pessoas foram conhecendo meu trabalho, até que surgiu o primeiro “quanto tu cobra num desenho desse?” :)
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Zizi: O que você comunica através de suas ilustrações?  Existe uma mensagem especial no seu trabalho?
Juliana: Eu tenho buscado muito ser uma pessoa mais tranquila e desacelerar minha vida; quando tô criando uma ilustração, quero poder transmitir essa calma e leveza que busco pra mim, pra que meu espectador se sinta tranquilo ao ver meu desenho. Eu geralmente também desenho o que tô sentindo, e com isso eu espero que pessoas que estejam passando por situações parecidas se sintam abraçadas, que elas se identifiquem e se sintam acolhidas, compreendidas.
 
Zizi: O que te inspira na hora da criação?
Juliana: O universo feminino e a natureza, disputando o primeiro lugar. Além disso, elementos que fazem referência à liberdade (balões e passarinhos, principalmente) são sempre muito inspiradores pra mim.
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Zizi: Quais são suas principais referências artísticas?
Juliana: Eu gosto muito do desenho da Nanda Kammi, da Miss Led e da Amanda Mocci, e das aquarelas da Sabrina Eras e da agnes-cecile.
 
Zizi: Onde e como você se enxerga daqui a 20 anos?
Juliana: No meu ateliê dos sonhos (bem lindo e com uma iluminação radiante!), com turmas cheias de alunos queridos e navegando num mar de aquarela! ♥ Levando uma vida feliz e tranquila e com a certeza de que consegui alcançar o sonho de viver de ilustração :~)
aquarela-flores-juliana-rabelo-finalizada-blog ilustracao-galaxia-juliana-rabelo-0000ilustracao-melissa-queen--juliana-rabelo-02 Conheça mais e acompanhe:
Site

 

Puxa o banquinho de concreto e senta que lá vem história!

O post de hoje é pra reafirmar o quanto gosto desse cantinho e me sinto em casa aqui, como em nenhuma outra rede social. Essa semana vi um entrevista em um programa de TV (que eu não tenho ideia qual era, nem em qual canal, pois a tv estava ligada por acidente) de um cara falando que os blogs são como as ruas da internet e as redes sociais, os condomínios. E isso me traz a lembrança de que sempre fui da rua, de casa, de correr solta e aqui é onde faço isso na minha vida virtual, que é vasta! Falar do meu dia a dia, das minhas coisinhas e das coisas que me cercam é o que traz minha personalidade pra cá e de certa forma, alivia também o peso nos ombros (que aqui escorre pelos dedos e vira pirlimpimpim).

banquinho de concreto pronto

Olha o banquinho aí!

Semana passada foi uma semana daquelas em que tudo poderia acontecer e de repente via vida que andava meio empurrada com a barriga cobrando uma atitude urgente e que só depende de mim. Gente, quem nunca? Quem nunca adiou os planos, quem nunca deixou pra amanhã, quem nunca esqueceu, que nunca procrastinou? O único problema de tudo isso é que como qualquer coisa na vida, o excesso faz mal. E foi assim que eu me vi, como digo hoje, 20 dias atrasada no ano. Isso deixa

Fui deixando que as atividades rotineiras tomassem conta dos dias e todos aqueles planos no papel (uma checklist com mais ou menos 30 itens) sempre encontravam uma desculpa para não serem riscados. Algo que eu sempre me gabei de fazer bem foi esse malabarismo entre conseguir encaixar trabalho, rotina da casa, rotina da filha, a minha rotina e as novas ideias no tempo que cabe em uma semana. Mas desde que voltei das férias do casamento, pequei muito em relação a isso, mas já me perdoei, ok? Para se ter ideia, tinha um projeto que desde maio estava na lista dos afazeres e eu já tinha todo o material em mãos. Mas sempre tinha um telefonema, um email, um medo ou algo mais importante a fazer.

varandinha suculentaEsse projeto é o famoso banquinho de concreto do blog Homemade Modern e comecei a fazê-lo na semana passada, depois de estragar a minha geladeira usando uma faca e um martelo para quebrar o gelo e depois de quase cancelar uma viagem que vinha sendo planejada desde o início do ano. E tudo isso foi culpa daquele “deixa pra depois”.

Tudo começou com a geladeira da época das cavernas que ficou com a porta aberta sem querer e formou uma camada de gelo bizarra. Eu. com preguiça de esperar o degelo, fui lá com a faca pontuda e o martelo e quebrei não só o gelo, mas a geladeira. Furei o canal do gás que faz o resfriamento e o conserto ficaria quase no preço de uma nova (sem contar que eu já não tinha uma relação muito boa com ela). O que eu pude fazer foi lamentar um pouco, pois a gente continua apertado nas contas desde o casamento e me consolar comprando uma geladeira nova, em suaves prestações, maior e o mais importante: frost free (dessas que não forma gelo no congelador). A geladeira já chegou e depois de um perrengue que eu até curti, pois não tive que cozinhar todos os dias, tudo já está de volta ao normal.

Nesse mesmo dia que a geladeira quebrou, eu e o Tiago nos demos conta que iríamos em breve para Belém do Pará ver o Círio de Nazaré, que eu apesar de não ser religiosa, tenho muita vontade de conhecer. E claro, tenho também MUITA vontade de conhecer Belém, a cultura e a culinária paraenses. Só que nas vésperas da festa, nos esquecemos de reservar o hotel e adivinha: tudo muito caro ou tudo muito longe ou mal avaliado. Foi uma sofrência momentânea, mas que também já passou depois de incansáveis horas de pesquisa e muitos emails!

Com tudo isso acontecendo e eu vendo meu trabalho paralisado, resolvi colocar a mão na massa e executar projetos e planos que eu tinha há meses. Aprendi isso com a Rafa Cappai, de que quando você não consegue se concentrar num problema e resolvê-lo ou cumprir as tarefas que tem, pule para o próximo ou vá fazer algo que lhe dê prazer, como cuidar da casa, fazer um projetinho DIY. Depois vejam mais sobre procrastinação estruturada. E aí o banquinho finalmente nasceu! Com um medo danado de que não desse certo, que os pés ficassem desalinhados e bambos. E ele veio perfeitinho, firme e já está enfeitando a varanda!

materiais

Balde grande, pés palito, bastão, luvas, máscara, vaselina, papel, água e cimento

cimentoPara fazer o banquinho, usei mistura para cimento, daquelas que só acrescenta a água. Coloquei no balde de roupa suja (esses de silicone que a gente acha em lojas de departamento) a quantidade que eu achava que ficaria legal para a altura do banquinho e misturei a água. Antes de colocar a mistura, passei um pouco de vaselina com um papel para que soltasse mais fácil. A mistura ficou um pouco mole, daí coloquei mais um pouquinho de cimento, mas é sempre bom ler as instruções do fabricante. Cada um é de um jeito e os preços também variam muito.

cimento 2Usei um pedaço de madeira para misturar, mas como estava de luvas de limpeza para proteger as mãos (cimento resseca pra caramba) e com uma máscara de proteção para não inalar o pó, acabei colocando a mão na massa mesmo. Foi bem mais fácil!

pezinhosCom a massa consistente e sem pelotas, coloquei os pés palitos que ganhei de presente da Ana há um tempão, mas você pode usar 3 bastões de madeira com tamanhos iguais. Deixei os três bem alinhadinhos e confesso que essa foi a parte mais difícil. Depois foi só contar com a sorte e deixar secar por 24 horas. E não é que no fim das contas tudo deu certo?

cimento seco tirando cimento da forma

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De lá pra cá minha semana tem sido muito mais focada e produtiva. Às vezes a vida precisa dar um empurrão pras coisas andarem ;) E a nós só cabe colocar a mão na massa e manter a calma para fazer o que tem que ser feito.