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Viagem de férias: 20 dias de carro pela Bahia

por em Viagem

É impossível não se apaixonar pela Bahia. Eu sempre falo que me apaixono pelos lugares e é a mais pura verdade. Ainda mais aqui no Brasil, que quanto mais conheço, mais gosto desse país.

No dia 20 de janeiro desse ano eu e meu marido partimos para uma viagem de 20 dias pela Bahia sem muito planejamento, só reservando os primeiros hotéis e ao longo do caminho decidindo os próximos destinos.

Na verdade, foi uma férias forçada (comentei no post anterior), mas foi também uma viagem maravilhosa, na qual me encantei pela beleza da Bahia, pelo povo gentil e amoroso, pela diversidade e por ver um Brasil tão escancarado. Desde a simplicidade do sertão até as praias mais badaladas e caras.

A comida então, nem se fala! Comemos muito beiju (a famosa tapioca no sudeste), cuscuz, frutas fresquinhas, suco de cajá, graviola, moquecas (inclusive vegetariana), aipim, caipirinha de cacau com biribiri, pasteizinhos, CACTO!, muita coisa gostosa mesmo. Teve fartura até mesmo pra mim, que tenho uma dieta vegetariana e muitas vezes sofro pela falta de opção. Brincadeira à parte, é impossível sofrer comendo batata frita.

Então nesse pequeno resumo gigante, vou contar um pouco de como foi essa viagem e espero poder inspirar e ajudar quem deseja (ou depois desse post vai desejar) fazer uma viagem assim.

Rio x Nova Lima x Diamantina x Vitória da Conquista – visitando a família e os amigos

Saímos do Rio no dia 20/01 e fomos para Nova Lima. Passei por lá para deixar a Mari, que não quis nos acompanhar, com a minha irmã e aproveitamos pra comemorar o aniversário da minha mãe que foi no dia 17. No dia 22/01 bem cedinho partimos partimos para Diamantina, que seria uma parada quase no meio do caminho entre Nova Lima e Vitória da Conquista.

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Ainda não conhecia a cidade e me apaixonei por cada cantinho visitado (essa será a frase mais vista nesse post) desde o Centro Histórico que achei pequeno, porém lindo e iluminado, até as cachoeiras do Parque Estadual do Biribiri.

IMG_8771O Parque fica bem próximo à cidade e depois de visitar o Centro Histórico pegamos o caminho de terra até a Vila de Biribiri, que é na verdade uma antiga fábrica têxtil desativada com casinhas onde os funcionários moravam. No caminho até lá existem vários poços e duas cachoeiras lindas de águas limpas e cristalinas: a Cachoeira do Sentinela e a Cachoeira dos Cristais. O acesso de carro é bem fácil e há buracos e pista estreita em alguns pontos, mas nada que a gente não consiga driblar. No fim do passeio ainda vale almoçar em um dos restaurantes da Vila e curtir o clima super agradável do gramado. Chegamos no hotel no fim da tarde e depois do banho caímos no sono até o dia seguinte.

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Cachoeira do Sentinela – Água muito cristalina

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Cachoeira dos Cristais – Água gelada, poço grande e bom pra nadar, mas me apaixonei mesmo pelo riozinho e pelas margens cheias de pedras e plantinhas

Depois de um dia em Diamantina foi hora de pegar a estrada para Vitória da Conquista, uma parada não muito usual em idas à Bahia. Mas essa parada foi planejada para realizar um sonho: conhecer a Eva! Minha amiga virtual há mais de 3 anos, presente que o blog me trouxe. A gente se fala praticamente todo dia, mas ainda não tínhamos desvirtualizado essa relação. O engraçado é que a sensação de intimidade é tão grande que chegando lá foi como se eu estivesse na casa de uma irmã e foi muito dengo para um espaço de tempo tão curto, onde apertei muito o Chicão (o único que deixou), comi muitas comidinhas gostosas feitas pela Eva e pelo Ró e ainda conheci um pouco da cidade. Chegamos no dia 23/01 de noite, depois da estrada mais tensa, cheia de buracos e de caminhões da viagem inteira. No dia 25/01 nos despedimos por um tempo breve, pois agora tô esperando a visita da minha baiana nagô preferida pelas bandas de cá.

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Chapada Diamantina – Ibicoara e Lençóis

A estrada entre Vitória da Conquista e os primeiros pontos da Chapada Diamantina é tranquila e só levamos 3 horas para chegar até Ibicoara, no sul da Chapada. Assim que chegamos almoçamos no restaurante Cheiro Verde, logo na entrada da cidade e seguimos para a nossa pousada que ficava na Zona Rural. Ficamos no Portal dos Avataras, uma pousada super tranquila e com preço acessível, onde o diferencial é o contato com a natureza, espaços para a prática de Yoga e a alimentação natural e vegetariana. A Maha, dona da pousada, é um amor de pessoa e trocamos muitas ideias.

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A primeira visão da Chapada Diamantina, chegando em Ibicoara

Fizemos 2 passeios em Ibicoara: Trilha da Cachoeira da Fumacinha – no dia 26/01 – e a Cachoeira do Buracão – no dia 27/01.

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Foto invertida – Poço da Cachoeira da Fumacinha que estava seca

A trilha da Fumacinha é bem pesada, feita na maior parte dentro do rio e em cima de pedras. Essa caminhada não deve ser feita desacompanhada, pois são 18km em terreno acidentado e há animais peçonhentos na região. No final do passeio eu quase não sentia minhas pernas, mas consegui terminar, até porque não havia escolha. A Cachoeira estava seca devido ao longo período de estiagem, mas o poço era lindo e ainda tinha água (escura por sinal). O Luciano, nosso guia, nos contou que as águas da Chapada Diamantina são assim por causa da matéria orgânica, principalmente por causa de folhas por onde a água passa e essa mistura acaba formando um grande chá. Esse passeio valeu também pela beleza do caminho que é feito dentro de um cânion cercado de mata e também pela superação de completar 18km de trilha em um dia.

buracaoJá a Cachoeira do Buracão é um passeio muito mais leve e descontraído e a entrada na trilha só pode ser feita acompanhada de um guia cadastrado. A trilha até a cachoeira demora cerca de uma hora, passa pelo rio e por paisagens cercadas de cactos até chegar no cânion que dá acesso à cachoeira. Para acessar o poço a gente nada dentro desse cânion, uma experiência linda e única! Eu morro de medo de água escura (sou medrosa mesmo), mas nem me importei tamanha era a beleza do lugar. Quando chegamos no poço da cachoeira a visão é deslumbrante.

Na volta ainda paramos em um pequeno poço para aproveitar mais um pouquinho. As paradas em poços e outras cachoeiras dependem muito do nível dos rios. Como fomos em época de seca, havia mais poços do que quedas d’água. Na época de cheias acredito que deva ser tão deslumbrante quanto, porém diferente.

O nosso guia nos dois passeios foi o Luciano, da Associação Bicho do Mato. Os passeios foram excelentes e a conversa muito boa! Ele ainda recebe hóspedes na sua casa, mas não ficamos lá pois como ele demorou um pouquinho para responder pelo Whatsapp, acabamos reservando a pousada. Os contatos do Luciano você encontra aqui, ele poderá passar os preços caso queria pesquisar.

IMG_8981No dia 28/01 seguimos logo cedo em direção a Mucugê, onde passamos pelo Cemitério Bizantino, que fica na entrada da cidade e conhecemos também o Museu do Garimpo e o Projeto Sempre Viva, que ficam na estrada em direção ao Norte da Chapada.

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Casinha de pedra em Igatu

No caminho ainda passamos por Igatu. Chegamos lá por volta das 13h e caminhando conhecemos o centro da cidade todo bonitinho e as ruínas das casas de pedra de antigos garimpeiros de diamante da região. Não é à toa que Chapada Diamantina leva esse nome, pois desde o ano de 1844 a região viveu uma intensa caçada por diamantes. Deu vontade de voltar a Igatu ou de ter mais tempo por lá, pois a cidade tem vários atrativos no entrono (a maioria de trilhas e cachoeiras) e as festas juninas e religiosas são celebradas à moda antiga. Dizem que é lindo de ver!

Saímos por volta das 14:30 e seguimos até Nova Redenção, onde iríamos conhecer o Poço Azul. O poço é dentro uma gruta que tem no seu interior águas transparentes e super azuis. Ficamos com medo de não conseguir chegar à tempo, pois como a entrada de pessoas é limitada, lemos relatos de grupos que chegaram de manhã cedo e só foram visitar a gruta no fim da tarde. Mas deu tudo certo e assim que chegamos já pegamos o colete, máscara e snorkel (inclusos no valor de R$40 por pessoa) e fomos nadar no poço. O tempo de permanência na gruta é de apenas 15 minutos, mas o essencial para ver toda a beleza e sentir medinho de nadar num lugar fechado onde o poço chega até 18 metros de profundidade.

IMG_9137Saímos do Poço Azul e seguimos em direção a Lençóis, nossa última parada na Chapada Diamantina. Como o dia foi corrido, descansamos bem até o dia seguinte. Alugamos um quartinho pelo Airbnb e não foi das melhores experiências que já tivemos, pois o local da casa era diferente do anunciado no site. De noite precisávamos atravessar a pé um rio que estava quase seco, mas CHEIO de sapos ENORMES! Logo quando chegamos quase pisei em um e isso me deixou um pouco traumatizada. Mas mesmo assim continuamos driblando a vontade que dava de ficar quieto no quarto e aproveitamos bem Lençóis durante a noite. A cidade é muito mais turística do que Ibicoara (nossa primeira parada na Chapada) e tem muitos restaurantes, barzinhos, lojas e agências voltados para o turismo. Na Rua das Pedras você encontra muitas opções de comércio a alimentação de todos os preços.

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Dona Edite: Artesã local que faz muitas coisinhas lindas em palha e a Rua das Pedras, onde fica sua loja e ateliê

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Poços da Cachoeira do Roncador

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Pantanal de Marimbus

No dia 29/01 fizemos um passeio de barco com o Valdeir, um rapaz que é fera no remo, pelo Pantanal de Marimbus. Saímos da Comunidade Quilombola de Remanso, onde chegamos por uma estrada de terra que não era das melhores e que saía de Lençóis.  Chegando na comunidade você paga uma taxa de R$5 por pessoa para a manutenção do local e todo mundo conhece todo mundo, então foi fácil encontrar o restaurando do Zé Bracinho, onde começava nosso passeio de barco pelo Pantanal Marimbus. No fim da primeira parte do passeio a remo percorremos uma trilha pequena e chegamos até a Cachoeira do Roncador (onde pagamos mais uma taxinha de R$5 por pessoa) e aproveitamos os poços que se formam devido ao baixo nível da água. Voltamos pelo pantanal e finalizamos o passeio com um almoço delicioso preparado pela Lurdinha, esposa do Zé Bracinho. Esse passeio não estava nos planos e foi indicado por um casal que conhecemos em Ibicoara e para agendar foi preciso falar com a Vilma, no Restaurante Trattoria, no Centro de Lençóis. Ela é irmã do Valdeir e filha da Lurdinha. O preço é super justo (pagamos R$150 para os dois) e ainda contratamos o almoço no fim do passeio + lanche para a caminhada por R$25 por pessoa, com a Lurdinha mesmo.

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Flutuação na Pratinha

No dia 30/01 pegamos o carro e fizemos o combo Poço do Diabo, Pratinha e Morro do Pai Inácio. Esse passeio dá para fazer sem guia tranquilamente.  Saímos por volta das 10h da manhã e fomos para o Poço do Diabo. A caminhada até o poço é tranquila, mas em algumas partes tem muitas pedras e uma descida íngreme. Ficamos pouco tempo lá e já seguimos para a Pratinha, que é a coisa mais linda! A água é de uma transparência e de um azul incrível e foi demais observar o contraste das águas da Chapada Diamantina. Pagamos R$40 por pessoa pela entrada + R$40 para fazer a flutuação dentro da gruta. Achei que valeu à pena. Depois ainda ficamos curtindo o rio e comemos no restaurante que tem nas margens. Por volta das 15:30 saímos e fomos para o Morro do Pai Inácio. Para subir no morro é cobrada uma taxa de R$6 por pessoa e a subida é tranquila de fazer, cansa pouquinho. A vista lá do alto é espetacular! Acho que é o  ponto mais conhecido e visitado da Chapada Diamantina, pois realmente é maravilhoso! Vimos o pôr do sol e voltamos para Lençóis, onde jantamos e depois fomos dormir.

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Pra despedir da Chapada, pose no alto do Morro Pai Inácio

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Vista do terraço do Hostel em Salvador

No dia 31/01 partimos para Salvador logo no início da manhã. Foram mais ou menos 6 horas de estrada desde Lençóis. A estrada é bem tranquila e sinalizada e chegamos no hostel em Salvador ainda de dia. Como o Hostel Pedacinho da Bahia fica bem perto do Pelourinho, ainda aproveitamos o fim de tarde para passear pelo por lá. Passamos ainda pela Biblioteca da Faculdade de Medicina, que é um prédio lindo, descemos o Elevador Lacerda e fomos ao Mercado Modelo. Lá no Mercado mesmo fomos até o segundo piso e almoçamos deliciosas moquecas no Restaurante Maria São Pedro enquanto víamos o pôr do sol. Pedi a opção vegetariana e estava deliciosa, além de ser super em conta. Voltamos quase sem conseguir andar de tanto comer e de noite ainda voltamos ao Pelourinho para ver o movimento da rua.

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Igreja do Bonfim, em Salvador

No dia 01/02 nosso passeio foi de Uber, acho que a melhor forma que encontramos de conhecer a cidade em um dia e de evitar o trânsito louco. As paradas foram as seguintes: Igreja do Bonfim, Forte de Mont’Serrat, Praia do Farol da Barra –  ali visitamos o Museu Carybé, o Museu Piérre Verger e o Museu do Forte e MAM. A Praia do Farol da Barra é a praia mais calminha de Salvador, as água eram cristalinas e como era dia de semana não estava muito cheio. No fim da tarde fomos no MAM – Solar do Unhão, mas só uma das salas estava aberta e o restante estava em obras. Ainda assim vimos a exposição em cartaz e namoramos mais um pouquinho mar e o pôr do sol de Salvador.

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Festa de Yemanjá, no Rio Vermelho, em Salvador

Dia 02 de Fevereiro é um dia sagrado em Salvador e a gente quis estar lá nessa data para ver de perto como são os festejos do Dia de Yemanjá. Bem cedinho mesmo fomos para a Praia do Rio Vermelho, onde a festa acontece. Visitamos a Casa de Yemanjá, vimos muitas manifestações religiosas na praia e levamos nossas oferendas para a Sereia. Todas as pessoas que conhecemos nos disseram para aproveitar a festa logo cedo, pois de tarde a festa profana vira bebedeira total e acontecem muitos furtos e roubos.

Uma dica imperdível em Salvador é que às quartas feiras a maioria dos museus tem entrada gratuita! Então aproveitamos bem isso!

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Igreja na Velha Boipeba

Saindo de Salvador, começou a nossa descida de volta pra casa, mas antes com duas paradas importantes em praias escolhidas com muita dificuldade. Eram tantas opções bonitas!

Em Salvador ainda, reservamos o Ferry Boat para a Ilha de Itaparica com antecedência. Esse trecho corta um caminho enorme, dá para colocar o carro dentro da embarcação e depois foi só seguir estrada até Valença. Lá em Valença paramos o carro em um estacionamento pago (há vários perto do porto e os preços variam bastante, é bom pesquisar e não cair no conto dos meninos de ficam seguindo a gente de bicicleta). Como já havíamos comprado as passagens de Lancha rápida para Boipeba também pela internet, aguardamos nosso horário em uma salinha com ar condicionado.

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Por do sol no rio, na Velha Boipeba

Para Boipeba levamos só o essencial em duas mochilas. Até porque na maior parte do tempo por lá só usamos roupa de banho e os chinelos sempre no pé. Boipeba é uma ilha encantadora e que mantém muito do acolhimento local e das suas origens. O povo é simpático e sempre sorridente. Adoramos nos hospedar na casa de uma amiga que vive entre França e Boipeba. Como ela mesma disse: vivendo sempre de verão.

No dia 03/02 nosso passeio foi em Tassimirim, a primeira praia da Ilha de Boipeba. Dá pra ir caminhando tranquilamente e para chegar lá leva em torno de 40 minutos. É uma caminhada gostosa à beira mar e numa pequena trilha no meio do mato, mas movimentada e com o caminho bem definido. A praia é super tranquila e na maré baixa várias piscinas naturais se formam. Achei o melhor mergulho de snorkel da ilha, pois é uma praia menos turística e os corais e algas onde vemos peixinhos e até cobras do mar são mais preservados do que em Moreré, por exemplo. No mesmo dia caminhamos até a praia da Cueira e depois voltamos para o centrinho da Ilha. De noite ainda ficamos na pracinha onde há várias barraquinhas para lanche e  nesse dia havia um show. A dica é tomar a caipirinha de cacau com Biribiri ou de cacau com seriguela.

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Moreré com a maré baixando

No dia 04/02 pegamos um passeio de barco pela Ilha de Boipeba (R$100 por pessoa na alta temporada em qualquer agência) com parada nas piscinas naturais de Moreré, Praia de Castellanos, Cova da Onça, Coroa Grande e passeio pelo rio que cerca a ilha. Estav um dia chuvoso, passamos um pouco de frio! mas ainda assim valeu a pena para conhecer Boipeba em pouco tempo. No dia 05, nosso último dia por lá, passamos o dia em Moreré. Pegamos o trator bem cedo (em Boipeba quase não há veículos, só tratores autorizados fazem o transporte de passageiros dentro da ilha). Nos apaixonamos por Moreré, que é linda tanto na maré alta, quanto na maré baixa. Eu não queria mais sair de lá e desejei fortemente mais uns dias naquele pequeno paraíso.

No dia 06/02 pegamos a lancha rápida para Valença (também compramos com antecedência para não correr o risco de ficar preso na ilha). De Valença pegamos mais ou menos 9 horas de estrada até Caraíva, nossa última parada antes do Rio de Janeiro.

Caraíva

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Ficamos em Caraíva do dia 06 ao dia 10/02. Pudemos curtir a vila com tranquilidade e passear pelos arredores. Ainda faltou bastante coisa pra conhecer, mas conhecer a Bahia inteira em uma viagem de 20 dias é missão impossível. A Bahia merece pelo menos uns 6 meses da nossa vida.

Caraíva é uma graça, as casinhas todas no mesmo estilo simples e colorido na beira do rio e perto da praia. Gostamos bastante, mas achamos uma vila bem turística onde quase todas as casas são pousadas ou restaurantes. Para chegar lá paramos o carro no estacionamento em uma das margens do Rio Caraíva (pagamos R$15 a diária) e atravessamos de canoa (R$5 por pessoa). Ficamos em um quartinho que alugamos pelo Airbnb e que era super aconchegante e perto de tudo.

Não dá para perder em Caraíva:

Caminhada até a Praia do Satu e Juacema: Chegando no encontro do rio com o mar você pode pegar uma canoa (R$5 por pessoa) ou atravessar nadando na maré baixa (mesmo assim é preciso saber em qual ponto passar, os canoeiros são super gentis e indicam). Depois você segue caminhando cerca de 5km pela praia. A paisagem é bem bonita. A Praia do Satu é legal, mas gostamos mais de Juacema e da lagoa de água salgada e calma que tem na praia.

Praia do Espelho: é uma das praias mais badaladas da região e vale a visita principalmente na maré baixa, quando se formam várias piscinas naturais. Há muitos bares e restaurantes na praia, porém todos bem caros e com consumação mínima. Perto dos bares há muita gente e som alto, mas andando um pouco mais adiante  e passando pelas falésias você encontra prainhas menos movimentadas. Se não quiser gastar muito dá pra levar um lanchinho e se divertir. O acesso à praia é feito por estrada de terra e tem estacionamento bem perto.

Esticadinha em Trancoso: Visitar o quadrado e se apaixonar (mais uma vez) e se der tempo, curtir uma das muitas praias que tem por perto. Acabamos não indo em nenhuma, pois o tempo era curto e íamos para a Praia do Espelho, mas claro, ficamos com vontade voltar.

Cachaçaria: é simplesmente o melhor restaurante de Caraíva!  Por lá há opções mais em conta para comer, mas duvido que mais gostosas. Não é bem um restaurante de comida local que serve bobó de camarão e moqueca, mas tem pratos incríveis que agradam tanto carnívoros, quanto vegetarianos. Jantamos lá quase todos os dias e foi nossa extravagância da viagem. As Batatas Rústicas e o Risotto de beterraba com castanhas, coalhada seca e medalhões de abobrinha para mim foram os melhores! E o Frozen Busca Vida é delicioso! Fica na Rua 7 de Setembro, em frente ao rio.

Shopping indígena: Fica na estrada de terra que liga Trancoso e Caraíva, no povoado de Itaporanga – na Aldeia Imbiriba Pataxó e lá você pode encontrar uma série de utensílios feitos em madeira, além de acessórios e enfeites para a casa. Fiz a festa com as tábuas de cozinha, colheres e petisqueiras e não gastei mais de R$100.
Volta para o Rio de Janeiro: a volta para o Rio de Janeiro foi feita em dois dias, passando por Minas a fim de evitar as confusões no Espírito Santo. Além da greve da polícia, ainda ouvimos um boato de uma ponte que caiu e que estava atrapalhando o trânsito. O caminho alternativo foi super tranquilo, com poucos caminhões na estrada e pista boa na maioria dos trechos. Pernoitamos em Governador Valadares e seguimos viagem até o Rio no dia seguinte. Foi cansativo, mas revezamos o volante durante a viagem inteira :)

Dica importante: usamos o Goggle Maps offline na maior parte do tempo. O sinal do telefone só pegava nas cidades e ficava complicado pegar estrada assim. Com o Google Maps conseguimos baixar todos os mapas dos trajetos e usá-los no modo offline, mesmo sem internet. Algumas estradas são bem sinalizadas, outras nem um pouco e isso nos salvou.

O blog Viajadora também foi um grande achado e que nos ajudou muito a planejar a viagem, principalmente na parte da Chapada Diamantina. 

Os gastos aproximados dessa viagem para 2 pessoas ficaram mais ou menos assim:

Gasolina: R$1.165,00 | Hospedagem: média de R$120 por diária para o casal | Alimentação: comemos tanto que perdemos as contas – mas há opções para todos os bolsos no caminho, desde self service liberado por R$12, até pratos mais finos, depende do lugar. | Passeios: Cerca de R$1.000  – todos – com guias, barcos, estacionamentos entradas e uber

Se quiser ver mais do que rolou nessa viagem, fiz alguns posts no Instagram @dascoisinhas e no @todacoisinha