gravidez na adolescência

O meu “Depois dos 15″ lá no Depois dos Quinze!

por em Coisas de mãe coruja
A convite da Bruna Vieira, hoje tem um texto meu lá no Depois dos Quinze. Lá conto um pouco mais sobre a minha experiência com a maternidade na adolescência e tento deixar alguns conselhos para as jovens de hoje.
Fico contente quando as pessoas se identificam com minha história e dela levam alguma lição ou aprendizado. O fato de ter contado parte dessa história em um blog com tamanho alcance entre adolescentes é bem legal e tentei fazer o melhor que pude. É bom que muitas pessoas tenham entendido a mensagem que quis passar, de que é melhor organizar a vida, curtir a adolescência, construir sua independência e mais tarde pensar em filhos. Acredito que seja melhor fazer as coisas assim do que deixar tudo acontecer aos trancos e barrancos, do jeito que dá para ser e independente de você ter dinheiro ou não! E se por irresponsabilidade ou seja lá pelo que for, se você faz algo que gera consequências para você e para as pessoas, o que se tem a fazer é arcar com elas. Espero que gostem :)

Como disse, é a minha história e não tem como mudar. Tem gente que parece querer te culpar por você ter tido oportunidades, por sua família te ajudar, por você se sentir amada. Se tem algo que foi fundamental para que ela seja contada hoje é o apoio que sempre tive da minha família e se isso desagrada, sinto muito. Nem tudo é cor de rosa e ali estão alguns fatos que foram marcantes para mim, afinal, não dá para contar 14 anos de história em um texto. Optei por preservar minha privacidade e não expor muitas das dificuldades pelas quais passei e passo até hoje, apenas pelo fato de não me sentir obrigada a colocar minha vida na internet como se fosse um livro aberto.
Ah, e eu nunca fui e nem sou rica (no sentido material), quem disse isso não sabe da história da minha família hahaha. Mas me considero uma pessoa de sorte, pois pra mim a riqueza está nas coisas boas que temos à nossa volta (e eu agradeço todos os dias por isso) e em como sabemos aproveitar as oportunidades que a vida nos dá, mesmo que muitas vezes sejam oportunidades para aprender a duras penas. Trabalho muito e trabalho duro, às vezes mais de 12 horas por dia e inclusive nos fins de semana. Então podem interpretar como quiserem, minha consciência está bem tranquila :)

Sobre ser mãe de uma adolescente antes dos 30

Esse post foi um daqueles que a gente escreve e reescreve, guarda por um tempo, fica sem saber se vai publicar e acaba publicando (no caso, se você estiver lendo isso, ele obviamente foi publicado). Acho que é porque sempre acho difícil falar sobre essas coisas de maternidade, é um desafio que nunca acaba e pelo menos comigo é assim, acho que nunca sei o suficiente.

Uma hora você está lá dando graças que aprendeu a lidar com certas coisas, comportamentos e tudo mais e outra hora, outra fase completamente diferente já começa. Falo isso com meus 12 anos de experiência como mãe da Mari, a coisinha mais linda que a vida me deu logo cedo, aos 15 anos.

E a cara de criança? 

Não sou a única e tampouco a primeira mulher nesse mundo a passar pela situação de se tornar mãe de uma adolescente antes de completar 30 anos. 30 anos é aquela idade em que hoje em dia vejo as pessoas tomando a decisões como casar, ter a casa própria, viajar o mundo, tomar juízo, ter filhos (!) e tudo mais. Hoje, com quase 28 anos, essa é a idade na qual também estou tentando fazer algumas dessas coisas, porém com uma filha de 12 anos para cuidar. E eu, ingênua que só, achava que filho pequeno era que dava mais trabalho… 

Então, me tornei mãe aos quinze, quando ainda era uma criança, apesar de naquela época achar que era dona do meu nariz e que podia fazer o que tivesse vontade. A vida me mostrou de muitas formas que não é bem assim. Hoje posso até ser dona do meu nariz (e das coisinhas também), mas também tenho um narizinho de 12 anos para cuidar. Uma coisa que aprendi nesses anos todos, foi a cuidar de mim para cuidar bem da Mari. E olha, isso faz toda diferença!

Isso tem me exigido responsabilidade, paciência, disciplina, paciência, persistência, paciência, sabedoria e paciência! Como disse, ser mãe é um aprendizado e um desafio constante, não acho que seja mais fácil ou mais difícil por causa da idade. Problemas, desafios, todo mundo tem, certo? Conciliar nossos sonhos com nossas responsabilidades faz parte da vida de todo mundo.

O amor está incluso neste pacote como pré-requisito. Afinal, ser uma mãe jovem (como dizia uma coleguinha da Mari se referindo a mim) exige tanto quanto ser uma mãe adulta.

palhaças. sem o que fazer na hora do almoço.

Quando olho pra trás e vejo como foi minha vida nesses últimos 12 anos, tenho a consciência de que as coisas correram de uma forma até tranquila e como sempre, só tenho a agradecer pela família maravilhosa (e meio bagunçada) que tenho. A maternidade aos 15 anos é algo que a gente não aconselha pra ninguém, mas sabe que pode ser algo transformador na vida de quem tem o apoio, o que foi o meu caso. Eu era muito ‘vida loka’ e de certa forma, tomei jeito com isso hahaha desculpa, mãe. Mas acho que era assim que as coisas tinham que ser.

Hoje e em muitos momentos, ter uma criança em casa foi o que nos deu alegria e manteve a família unida. Passamos por fases difíceis, como quando meu irmão mais novo faleceu, mas ter a Mari ali todos os dias, cada dia mais linda e sapeca, enchia a casa alegria e a gente de força pra seguir em frente. 

Ah! E sabe essas inseguranças que muita mãe tem, de achar que nunca é boa o suficiente? Eu também  tenho. A gente erra, volta atrás, tenta consertar, dá um berro ali, outro aqui, erra outra vez, aprende, acerta, fica louca aqui, outra hora ali, persiste, e por aí vai… mas no fim a gente tenta fazer tudo ficar bem. E fica, ainda bem.

Nós. Maio de 2012

Com todos os desafios que essa idade da Mari traz, sempre achei ela uma menina muito madura. Não é porque é minha filha, mas tem horas que ela mesmo me pega de surpresa com as respostas, as atitudes e as opiniões que a gente espera de uma criança de 12 anos. E não acho que isso seja mérito meu, essas são daquelas coisas que já nascem com a gente, sabe?

E mesmo que muitas vezes a gente acabe batendo de frente, depois da trombada vem sempre um abraço, uma conversa e uma brincadeira (como não poderia deixar de ser). Conselhos, tanto de um lado quanto de outro, afinal a gente se escuta. Ou pelo menos tenta.

Nós. Dia desses.

Não tenho do que reclamar, essa vida sempre foi boa demais comigo e me deu tudo que eu queria mesmo sem eu saber o que exatamente era. Sou grata demais pela filha que tenho, pela família, pelo amor da minha vida e por todas as oportunidades que tive e continuo a ter.

Life is good!

P.s.: Se você leu até aqui, parabéns e obrigada :P