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Câmeras antigas e senta que lá vem história!

Antes de tudo: não sou fotógrafa porém, não nego as tradições da família. Adoro fotos, adoro câmeras e recentemente achei algumas antigas guardadas aqui em casa, estavam quase que abandonadas e com todo meu instinto de guardadora de coisinhas, resolvi cuidar delas. Peguei todas, limpei e abriguei com carinho nas prateleiras do quarto. 
O xodozinho

Além de terem todo um valor sentimental, essas câmeras dão um toque super especial à decoração do quarto, já que a maioria delas não tem mais condições de funcionar. Ainda preciso averiguar se a Polaroid e a Rolleiflex funcionam, elas estão muito bem conservadas! Quando tiver um tempo e dinheiro, vou pesquisar filmes para testar e ver se dá resultado.

A linda da Rolleiflex, ainda tenho alguns filtros e outros acessórios guardados na capinha de couro original
Rolleiflex na capa de couro, uma miniatura moderna, Pucky I

Prateada de fabricação nacional e anônima, Mithra (Suíça), Instamatic, Six-20 da Kodak

Apesar de considerar que não tiro fotos ruins, tenho plena consciência de que não herdei a vocação da família para a fotografia mas, posso ter herdado de alguma forma a sensibilidade que me faz querer transformar o mundo em um lugar de coisinhas e de amor. Mesmo assim me esforço e tento aprender mais a cada dia, nem que seja para tirar fotos rotineiras, fotos para o blog e fotos para guardar como lembrança. A coisa é: estou me apaixonando cada vez mais por esse universo que envolve uma parte linda e da qual tenho muito orgulho da minha história.

Como disse no início do post, a história da família tem muito de fotografia e as câmeras antigas que vocês viram são um testemunho disso.
Meu bisavô, Carlos Victor Gomes, foi o primeiro fotógrafo industrial de Minas Gerais, logo no início do século XX. Dele, meu avô Zinho herdou o dom e a técnica da fotografia, além de muitas câmeras. 
Na foto, minha bisavó Augustinha, dois de seus filhos e o bisavô Carlos 
O vô Zinho foi quem teve a primeira loja de fotografia de Nova Lima, o Studio Victor. Ele trabalhava em eventos, tirava fotos de famílias, fazia fotos para documentos, tudo o que precisassem. O trabalho dele já era mais parecido com o da maioria dos fotógrafos atuais, exceto por toda parafernalha analógica.
Poster do Foto feito pelo meu Tio Luís, um artista de primeira linha

O Foto (como a gente costumava chamar o estúdio) do meu avô foi fechado em 1988 e ele faleceu em 1992, dessas coisas ficaram as lembranças em fotos, objetos e por incrível que pareça, ainda guardo alguns flashes na memória.

A câmera de madeira, o Studio e a mini Dona das Coisinhas – 1988

Quando criança, eu adorava brincar na casa de uma tia, onde ela guardava uma câmera super antiga que foi do meu bisavô. Daquelas câmeras de madeira, grandonas, com tripé, capa preta, flash de pólvora e chapa de vidro. Sempre gostei de bisbilhotar as chapas de vidro que ficavam guardadas em gavetas na casa da minha vó, dava para ver muita foto antiga e confesso que tinha um pouquinho de medo quando imaginava que toda aquela gente já deveria estar morta.

Além de fotógrafo, meu avô era um exímio marceneiro. Artista mesmo e me fez essa cadeirinha que era um dos meus xodós de infância.
Com relação a todo esse acervo que guardávamos em casa, minha mãe e um primo (Celsinho) trataram de providenciar locais adequados para tudo através de incentivos da Lei Rouanet. No ano de 2008, eles organizaram uma exposição com os trabalhos do meu bisavô, que dentre tantos registros, fotografou a visita do rei Alberto da Bélgica e dos príncipes de Gales a Nova Lima.

É ou não é para ter orgulho da história da família? Não sei se um dia poderei honrá-los à altura com fotos e com uma história de dar orgulho então, enquanto isso vou cuidando bem do que tenho e dando o meu melhor para compartilhar o pouco que sei.

Quem quiser saber um pouquinho mais sobre a história dos Victor Gomes, pode conferir esse link aqui