Bonito

Bonito pra caramba II – Estância Mimosa, Grutas e Buraco das Araras

por em Viagem

Uma característica comum em todos os passeios que fizemos em Bonito/MS eram as caminhadas até as atrações. Minha expectativa era de fazer um baita ecoturismo, com caminhadas que durassem horas, mas quando cheguei lá e vi que as caminhadas eram curtinhas, nem fiquei triste. Como já contei no post anterior, há toda uma infraestrutura para trazer conforto e comodidade aos turistas e parece que por aqui impera a lei do ecoturismo com o mínimo esforço. Tanto que acho que essa é uma viagem tranquila para se fazer com crianças (que não bebês) e mesmo com adolescentes não muito dispostos (nosso caso).

estancia mimosa bonitoNo nosso segundo dia em Bonito, o tempo fechou, mas não atrapalhou o passeio, já que continuava uma temperatura agradável. Mas no dia seguinte começou a fazer um frio danado. A gente estava com o passeio marcado pela Estância Mimosa, uma fazendinha cheia de cachoeiras lindas e a garoa e o vento não davam trégua. Não tivemos escolha, era ir ou ir. E fomos. Fez bastante frio e fiquei um pouquinho mal humorada, mas isso só até saltar em uma das cachoeiras da fazenda (Cachoeira do Salto, que tem uma plataforma de 6 metros de onde a gente pode se jogar). A temperatura da água estava mais agradável que do lado de fora e acho que o marido foi um dos que mais aproveitou o passeio.

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Não pudemos nadar em todas as cachoeiras, até porque a formação calcária e orgânica delas é bem frágil e algumas não tem o poço grande o suficiente para nado. A trilha pela Serra da Bodoquena era uma mistura de cerrado com mata e pudemos ver de pertinho um Tamanduá Mirim e eu pelo menos, vi muitos cogumelos e fotografei também.

Fotografando os cogumelos pelo caminho para espantar o mal humor

Fotografando os cogumelos pelo caminho para espantar o mal humor

Depois de umas três horas de passeio, voltamos molhados e morrendo de frio para a sede da fazenda onde almoçamos e ficamos sentados à beira de um fogão a lenha. É um passeio que vale a pena, não é daqueles indispensáveis, sabe? Acredito que seria muito mais bem aproveitado em um dia de sol.

Depois voltamos para o hotel, descansamos e de noite conhecemos a Casa do João, um restaurante com uma mega estrutura e um dos mais tradicionais de Bonito. A comida era gostosa, o prato vegetariano era saboroso (uma panqueca com abobrinha e alho poró), o atendimento excelente e super rebuscado, tinha aquecedor (o que fez toda diferença esse dia), lojinha de artesanato, ou seja, vale a pena conhecer se o orçamento estiver mais folgadinho.

grutas de snao miguel

Aproveitei o cenário da Gruta de São Miguel para fotografar meu Disco Voador da Toda Coisinha

No dia seguinte ao passeio da Estância Mimosa, tivemos sorte pois era o dia de passeios sem água e acho que foi o dia mais frio. Estava ventando bastante e logo cedo fomos às Grutas de São Miguel e depois à Gruta do Lago Azul (a mais linda que já vi). As Grutas de são Miguel são bonitas, as formações de dentro das grutas são exuberantes e a nossa guia, a Morgana, era excelente e super bem humorada, o que tornou o passeio ainda mais agradável. Achei bonito e tal, mas quando chegamos na Gruta do Lago Azul, que é pertinho, ficamos boquiabertos. É realmente incrível essa gruta e apesar do capacete fedorento que me arrumaram (lógico que eu reclamei e troquei), foi uma das coisas mais lindas que já vi.

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<3

O poço no fundo da gruta é de um azul inacreditável e a profundidade chega a mais de 10 metros, apesar de não parecer. A água vem de rios subterrâneos e a explicação para as águas de Bonito serem tão bonitas assim é que elas têm muito calcário e magnésio na sua composição. As partículas de impurezas se agarram nos minerais e ficam depositadas no fundo dos rios e lagos, deixando tudo límpido e transparente.

buraco das araras árvore de ararasO passeio nas grutas foi feito pela manhã e no fim da tarde fomos ao Buraco das Araras, que fica do outro lado do mapa. Logo constatamos que houve um erro de distribuição das nossas atividades, pois são mais de 50km de Bonito até Jardim, onde fica o Buraco. Quando perguntei a amigos sobre a viagem a Bonito, de cara me disseram que não valia a pena ir ao Buraco das Araras. Bom, realmente é uma atração meia boca e o nosso guia estava claramente com preguiça. Vimos o Buraco, que é uma formação interessante e tem uma história curiosa, pois até alguns anos atrás era um local onde as pessoas despejavam lixo e era feita a “desova” por causa das brigas por terras na região, que tem uma história recente.

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Preguicinha no buraco das Araras

O atual proprietário decidiu preservar o local. Quando foram limpar o fundo do buraco (onde fica uma água acumulada) retiraram mais de 20 ossadas, muitas carcaças de carro e lixo. Nessas águas habitam jacarés, cobras e outros bichos e as araras fazem seus ninhos nas paredes do abismo. Vimos uma árvore repleta de araras e também algumas delas voando sobre o buraco. Foi bonito, mas a melhor experiência desse passeio foi ver de perto uma raposinha do cerrado. Ela estava meio ressabiada com a nossa presença, mas se aproximou e observou. Consegui fazer algumas fotos da bichinha e estou sonhando com o dia em que colocarei uma miniatura dessa dentro de um colar :)

Captura de Tela 2016-05-17 às 11.14.14Ainda tenho mais algumas dicas para compartilhar e prometo não demorar tanto!

Compramos todos os passeios através de agência de turismo. Os preços são tabelados, então não há muita diferença. A agência que escolhemos foi a H2O, nos atenderam muito bem e devolveram até alguns valores do passeio que a Mari não conseguiu fazer, pois estava se sentindo mal, e de um almoço que não quisemos. Só acho que poderia ter rolado uma organização melhor dos nossos passeios, mas isso foi um erro nosso também, que acabamos acatando as sugestões sem questionar muito.

Bonito pra caramba! – Nascente Azul e Rio da Prata

por em Inspira Ação, Viagem

São três dias dos seis que planejamos passar em Bonito/MS e já achei digno fazer um post para falar das impressões que tivemos desse pedaço de paraíso escondido no cerrado mato grossense do sul. Bonito é bonito, de verdade! Da forma mais pura. Natureza exuberante e sem igual, povo simples e acolhedor, cheia de experiências de tirar o fôlego.

É uma viagem daquelas que eu recomendaria sem pestanejar, pois o lugar oferece uma infraestrutura excelente para todo tipo de turista, desde os mais econômicos até os mais exigentes. Apesar das entradas nas atrações terem os preços salgados, a grande maioria dos passeios que fizemos até agora compensam e muito todo o planejamento para a viagem.

O centrinho da cidade é pequeno, mas cheio de lojinhas de artesanato e ótimas opções de comidas, inclusive muitas regionais e outras vegetarianas (Zapi Zen e Kiosque Trattoria ganharam meu coração) <3 Sabe aquele climinha de cidade de praia? Então, achei bem parecido. No centro também ficam a maioria dos hotéis e agências de turismo e é também onde estamos hospedados. As principais atrações da cidade, que são os rios cristalinos, as nascentes em tons de verde e azul, as cachoeiras e abismos, ficam fora da cidade, em propriedades particulares e RPPN’s e são sempre um tanto longe. Por isso preferimos vir de carro alugado depois de pegar um vôo do Rio até Campo Grande. São mais de 3 horas de estrada, mas é uma paisagem todinha rodeada de campos enormes e muitas fazendas, o que é bem lindo. A escolha do carro alugado foi sem dúvidas a melhor, pois sai bem mais em conta do que usar o transporte oferecido pelas agências.

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Logo no primeiro dia já conhecemos a Nascente Azul, um passeio curtinho onde a gente logo dá de cara com um rio cristalino e azul em meio a uma mata verdinha, cheia de animais silvestres. Fizemos o mergulho na nascente, com direito a apneia (prendendo a respiração e segurando numa cordinha – bem fácil nesse local) e depois fizemos a flutuação utilizando máscara e snorkel pelo riozinho formado pela nascente. Um trajeto curtinho, mas cheinho de peixes. Fiquei encantada com a nascente azul, pequenininha e tão bonita! Os equipamentos usados no passeio estão inclusos no valor que a gente paga e tem também uma lagoa onde é possível nadar, fazer tirolesa, andar de caiaque, tem um redário pra descansar e também um restaurante que serve lanches e almoço tipo buffet. Nesse dia fomos também na Praia da Figueira, mas sinceramente não aconselho. É uma lagoa artificial cheia de peixes iguais que são alimentados sem controle (logo eles fazem muito cocô) e você paga até pra respirar. Achei que não vale a pena.

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Mari fazendo o mergulho

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Tirolesa

No segundo dia fomos ao Recanto Ecológico do Rio da Prata fazer a flutuação da nascente do Rio Olhos D’água até o Rio da Prata e putz! Que passeio incrível! Foi uma das coisas mais lindas que já vi na vida. Água azulzinha com aqueles raios de sol da manhã entrando nela, muitos peixes e um verde incrível em volta. Ainda tem dois trechos onde a gente vê a água literalmente brotando do chão. É lindo demais! Pra chegar até o rio a gente pega um caminhão tipo pau de arara e passa pela fazenda, no caminho vimos tatu, siriemas (muito divertidas porque correm desengonçadas na frente dos carros) e outros pássaros. Na trilha até o rio, mais pássaros da região e muitos cogumelos rsrs Como no primeiro passeio, os equipamentos estão inclusos no valor e tem uma sede onde a gente pode almoçar e descansar.

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Rio da Prata/ Nascente Olhos D’água

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Nascente de água borbulhante no Rio da Prata

Hoje estava bem frio aqui, mas mesmo assim mantivemos o roteiro e fomos na Estância Mimosa, uma fazenda cheinha de cachoeiras! É tão lindo que não teve como não mergulhar, mesmo com o frio. Só que isso vai ser assunto pra outro post, né? Prometo voltar logo com mais bonitezas:)