30 chegando

De repente… 30 (e com uma filha de quase 15)!

A vida inteira ouvi as pessoas dizendo que completar 30 anos é um marco na vida da gente. Sou da opinião de que as coisas que são um marco são as coisas que escolhemos que sejam ou então aquelas que acontecem sem pedir pedir licença e já chegam com tudo mudando nossa vida. Imagina, que nem uma gravidez aos 15 anos de idade.

30

Se fazer 30 é virar adulto de vez, então pode ser legal ser adulto ;)

Bom, esse é o meu caso. Aconteceu comigo e ainda acontece com muita gente e não por falta de informação, mas por descuido, por achar que não vai acontecer com a gente. Além desse ter se tornado o grande marco da minha vida espontaneamente, eu também quis que assim fosse e hoje quando lembro dessa época, do meu aniversário de 15 anos com barriguinha de 4 meses e meio, lembro das expectativas que tinha em relação ao futuro.

Não conseguia imaginar muita coisa, não tinha ideia de como seria a minha vida ou de como seria a vida de um adulto (pra falar a verdade, até hoje às vezes me pergunto se isso que estou vivendo é mesmo vida de adulto). Não sabia que profissão escolheria, quantos amigos faria, que surpresas eu teria, não sabia das alegrias e tampouco das dificuldades que estavam por vir. Mas eu tinha uma certeza muito grande: a de que independente do que acontecesse teria uma companheira para o resto da vida, que ela seria muito amada e que no dia que eu completasse 30 anos teria uma filha com quase 15! Naquela época 15 anos era coisa demais, o dobro do tempo que eu já tinha vivido, e hoje eu vejo o quanto o tempo passa rápido. Quanto mais idade a gente tem, mais o tempo voa! E como seria a minha menina? Eu também não imaginava e nem quis criar expectativas demais, mas já sabia que o nome dela seria Mariana, um nome simples e forte, como eu mesma gostava de justificar a quem me perguntava o por que do nome.

beijo

Minha família <3

A sensação de completar 30 anos foi a de que com todos aqueles aprendizados clichês que a idade traz, ainda ganhei um bônus, que é saber que aquela expectativa de ter uma filha companheira se concretizou. E além de uma filha linda, a vida foi ótima com as surpresas. Não poderia estar vivendo uma fase mais feliz e bem aproveitada em um novo lar, em uma nova cidade e ao lado das pessoas que mais amo nesse mundo. Com um trabalho que há 15 anos atrás eu não poderia imaginar que seria meu ganha pão de tão terapêutico que era, inclusive durante a gravidez da Mari, quando bordei o enxovalzinho dela.

mom

Para os próximos anos não quero expectativas demais, só quero que sejam novamente marcados pelo amor, pelo companheirismo e pela alegria de ter uma família unida e um lar colorido onde caibam todos os sonhos, não importa em que pedaço do mundo.

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Mesa de doces feita pela Bem Bolado <3

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Sobre ser mãe de uma adolescente antes dos 30

Esse post foi um daqueles que a gente escreve e reescreve, guarda por um tempo, fica sem saber se vai publicar e acaba publicando (no caso, se você estiver lendo isso, ele obviamente foi publicado). Acho que é porque sempre acho difícil falar sobre essas coisas de maternidade, é um desafio que nunca acaba e pelo menos comigo é assim, acho que nunca sei o suficiente.

Uma hora você está lá dando graças que aprendeu a lidar com certas coisas, comportamentos e tudo mais e outra hora, outra fase completamente diferente já começa. Falo isso com meus 12 anos de experiência como mãe da Mari, a coisinha mais linda que a vida me deu logo cedo, aos 15 anos.

E a cara de criança? 

Não sou a única e tampouco a primeira mulher nesse mundo a passar pela situação de se tornar mãe de uma adolescente antes de completar 30 anos. 30 anos é aquela idade em que hoje em dia vejo as pessoas tomando a decisões como casar, ter a casa própria, viajar o mundo, tomar juízo, ter filhos (!) e tudo mais. Hoje, com quase 28 anos, essa é a idade na qual também estou tentando fazer algumas dessas coisas, porém com uma filha de 12 anos para cuidar. E eu, ingênua que só, achava que filho pequeno era que dava mais trabalho… 

Então, me tornei mãe aos quinze, quando ainda era uma criança, apesar de naquela época achar que era dona do meu nariz e que podia fazer o que tivesse vontade. A vida me mostrou de muitas formas que não é bem assim. Hoje posso até ser dona do meu nariz (e das coisinhas também), mas também tenho um narizinho de 12 anos para cuidar. Uma coisa que aprendi nesses anos todos, foi a cuidar de mim para cuidar bem da Mari. E olha, isso faz toda diferença!

Isso tem me exigido responsabilidade, paciência, disciplina, paciência, persistência, paciência, sabedoria e paciência! Como disse, ser mãe é um aprendizado e um desafio constante, não acho que seja mais fácil ou mais difícil por causa da idade. Problemas, desafios, todo mundo tem, certo? Conciliar nossos sonhos com nossas responsabilidades faz parte da vida de todo mundo.

O amor está incluso neste pacote como pré-requisito. Afinal, ser uma mãe jovem (como dizia uma coleguinha da Mari se referindo a mim) exige tanto quanto ser uma mãe adulta.

palhaças. sem o que fazer na hora do almoço.

Quando olho pra trás e vejo como foi minha vida nesses últimos 12 anos, tenho a consciência de que as coisas correram de uma forma até tranquila e como sempre, só tenho a agradecer pela família maravilhosa (e meio bagunçada) que tenho. A maternidade aos 15 anos é algo que a gente não aconselha pra ninguém, mas sabe que pode ser algo transformador na vida de quem tem o apoio, o que foi o meu caso. Eu era muito ‘vida loka’ e de certa forma, tomei jeito com isso hahaha desculpa, mãe. Mas acho que era assim que as coisas tinham que ser.

Hoje e em muitos momentos, ter uma criança em casa foi o que nos deu alegria e manteve a família unida. Passamos por fases difíceis, como quando meu irmão mais novo faleceu, mas ter a Mari ali todos os dias, cada dia mais linda e sapeca, enchia a casa alegria e a gente de força pra seguir em frente. 

Ah! E sabe essas inseguranças que muita mãe tem, de achar que nunca é boa o suficiente? Eu também  tenho. A gente erra, volta atrás, tenta consertar, dá um berro ali, outro aqui, erra outra vez, aprende, acerta, fica louca aqui, outra hora ali, persiste, e por aí vai… mas no fim a gente tenta fazer tudo ficar bem. E fica, ainda bem.

Nós. Maio de 2012

Com todos os desafios que essa idade da Mari traz, sempre achei ela uma menina muito madura. Não é porque é minha filha, mas tem horas que ela mesmo me pega de surpresa com as respostas, as atitudes e as opiniões que a gente espera de uma criança de 12 anos. E não acho que isso seja mérito meu, essas são daquelas coisas que já nascem com a gente, sabe?

E mesmo que muitas vezes a gente acabe batendo de frente, depois da trombada vem sempre um abraço, uma conversa e uma brincadeira (como não poderia deixar de ser). Conselhos, tanto de um lado quanto de outro, afinal a gente se escuta. Ou pelo menos tenta.

Nós. Dia desses.

Não tenho do que reclamar, essa vida sempre foi boa demais comigo e me deu tudo que eu queria mesmo sem eu saber o que exatamente era. Sou grata demais pela filha que tenho, pela família, pelo amor da minha vida e por todas as oportunidades que tive e continuo a ter.

Life is good!

P.s.: Se você leu até aqui, parabéns e obrigada :P